Mission Impossible e Lipton?

Acabei de ficar sabendo que ja esta em pre-producao Mission Impossible IV. E a otima noticia eh que Michael Giacchino ja esta escalado para ser o responsavel pelas novas roupagens do famoso tema em 5/4 do compositor argentino Lalo Schifrin. Giacchino, tambem foi o compositor em Mission Impossible III.

Mas esse post tem outra finalidade. Quero mostrar um comercial criado pela DDB Paris para Lipton que achei muito interessante. "A Sip of Inspiration" mostra como teria sido o processo de criacao de Lalo ao compor sua mais famosa trilha em 1966. Essa peca entrou para a shortlist do Festival de Cannes desse ano e a Soundtree de Londres foi a responsavel pela sonorizacao.

O que achei muito legal foi o desmembramento da orquestra enquanto as ideias, que eram usadas ou nao, afloravam na mente do criador. Pra quem nao esta familiarizado com o papel de cada instrumento no resultado sonoro final, esse comercial da uma pequena ideia de como os compositores e orquestradores pensam a musica ao escreve-la.

Inception

Depois de alguns meses sem postar nada, aqui estamos, novamente, vestindo os sapatos de blogueiro. E retomo as atividades mais ou menos aonde parei, falando sobre Hans Zimmer.

Neste ultimo dia 11, tive o prazer de participar de uma apresentacao do mais novo filme do diretor Chris Nolan para a temporada de verao aqui nos EUA, com a presenca do aclamado compositor. Inception, chamado no Brasil de A Origem, traz a historia de um ladrao, vivido por Leonardo DiCaprio, que consegue atraves dos sonhos coletar as informacoes necessarias para a realizacao de seus trabalhos de espionagem corporativa. Porem, apos falhar numa tarefa, eh contratado pelo seu ate entao alvo, para fazer exatamente o contrario do que sempre fez: ao invez de sacar informacoes, tem de fazer brotar uma ideia no inconsciente de alguem.

O filme eu adorei. Nada de surpreendente, se tratando de Chris Nolan, mesmo diretor de Memento, The Prestige e dos ultimos dois Batmans. Mas to aqui pra falar da trilha, ne?! Entao vamos la!

As primeiras palavras de Hans para os presentes foram: "was it loud enough?" Conhecendo a obra de Hans Zimmer, entendo perfeitamente o que ele quis dizer!! Quando se trata de barulho, ele eh o cara. Porrada, mesmo!! Percussao gigantesca, processada e mesclada com varios hits eletronicos. Pra essa trilha utilizou 6 trombones baixos, 6 trombones, 4 tubas e 6 trompas, 32 cordas (entre violinos, violas, cellos e contra-baixos) e nenhum instrumento da familia das madeiras. Realmente, ele estava mal intencionado!!! Interpretando esses numeros pra quem eh leigo no assunto, aquela quantidade de metais eh absurdamente grande e pesada. De cordas, temos um numero padrao pra filmes e o fato de nao usar madeiras nos indica que ele queria bastante impacto, visto que elas tendem a suavizar a sonoridade final.

Agora, se formos analisar a composicao musical, o proprio Hans provou sua genialidade ao se auto-definir. Palavras dele:

"Eu conheco minhas limitacoes. Nao sou o John Williams, com aquelas composicoes lindas. Mas, aparentemente, as minhas trilhas funcionam bem com os diretores e publico dos dias de hoje."

Precisa dizer mais? Acho que nao, ne?!

Um ponto positivo dessa trilha foi o fato dele ter utilizado Johnny Marr pra gravar as guitarras. Pra quem nao sabe, Johnny era o guitarrista do The Smiths e tira uma sonoridade do instrumento bastante peculiar.

Eu admito que nao sou dos maiores fas do compositor Hans Zimmer. Musicalmente, acho que deixa muito a desejar se compararmos com alguns de seus colegas. Mas, depois de domingo passado, fiquei com uma otima impressao em relacao a pessoa Hans Zimmer, sendo um cara bastante centrado e, sem duvida nenhuma, extremamente competente no que se propoe a fazer. Nao eh a toa que ele tem essa legiao de fas espalhada pelo mundo inteiro!!

O filme estreia dia 16/7 nos EUA e 6/8 no Brasil.